Tem
espetáculo que a gente vai ver imaginando ser uma coisa e sai
totalmente atordoado, trôpego e sem palavras com o inesperado
da maravilha que viu. Pois foi exatamente esta a sensação
que tive ontem à noite ao deixar a sala do Teatro Cultura Artística,
onde assisti ao musical “Aída”, de Elton John e
Tim Rice. Se você também quiser ter esta mesma experiência
que eu, não se deixe influenciar pela mal-humorada crítica
da revista Veja publicada recentemente.
Este
musical é baseado na ópera “Aída”
de Giuseppe Verdi, encomendada pelo governo egípcio, em 1870,
por ocasião da inauguração do Canal de Suez.
Entre as diversas versões que já teve pelo mundo, a
de Elton John estreou em Atlanta, em 1998, e dois anos mais tarde
na Broadway. No Brasil, é a primeira vez que recebemos este
musical, sob a direção geral de Augusto Thomas Vannucci
e a direção musical de Guilherme Terra.
A história
não é de todo desconhecida do público brasileiro
por causa das diversas montagens da ópera original por aqui,
sendo a mais recente apresentada no final do ano passado. A diferença
maior fica por conta do tom mais romanceado e popular, bem ao estilo
dos musicais americanos. Um capitão do exército egípcio,
Radamés, se apaixona por uma escrava núbia recém-capturada,
Aída, sem saber que, na verdade, ela é filha do rei
do país que ele acabou de conquistar. Como o capitão
estava prometido para Amnéris, a filha do faraó, inicia-se
um triângulo amoroso sem um final feliz.
Esta
montagem brasileira não é das produções
mais caras já vistas por aqui. A cenografia é bastante
simples, com muito apoio de projeções em vídeo
e poucas trocas de cenário. O figurino, se não é
completamente luxuoso, tem peças muito bonitas e bem solucionadas.
A coreografia não tem nenhum passo muito marcante e a iluminação
é apenas correta. Então, você deve estar se perguntando,
o que foi que me deixou tão deslumbrado neste musical?
A resposta
é simples: as canções e as lindas vozes do elenco.
Impossível desgrudar os olhos de atores tão afinados
e com timbres tão marcantes para prestar atenção
em qualquer outro detalhe. O espetáculo, na verdade, são
eles! A Andrea Marquee, protagonista cuja voz e talento deixaram marcas
nos musicais “Rent”, “Cambaio” e “Hair”
e no programa Fama; o Matheus Herriez, protagonista cuja bela voz
o alçou à fama no programa Popstars; a Naíma,
outra protagonista que antes de nos fazer rir com sua excelente atuação
participou dos musicais “Cazas de Cazuza” e “Modernidade”;
a Carol Bezerra, coadjuvante com jeito de protagonista que interpretou
Aracy de Almeida no filme “Noel: Poeta da Vila”; a bela
Lívia Graciano, que também se destaca como coadjuvante
e integra o quarteto vocal Cantrix; e muitos outros jovens talentos
como Danilo Morais e Clara Camargo. Todos, sem exceção,
dão um show de interpretação musical. Impossível
não sair do teatro apaixonado por eles! Ah, outra grande surpresa
deste musical é o jovem regente, arranjador, compositor e pianista
Guilherme Terra, que dirige os 15 músicos da orquestra com
muita competência. Pena que ela só seja revelada no final
do espetáculo! Por tudo isso e muito mais que não consegui
exprimir em palavras, não perca!
www.aidabrasil.com
Foto
e site: Camaleoa Produções